Residência Guilherme Tambellini
Segundo entrevista com Dr. Jesus Machado Tambellini, realizada por Maria Stella Dutra em 1992, a residência Guilherme Tambellini foi inspirada em um modelo visto pelo pai e pelo autor do projeto, Rômulo Rigotto, publicado em uma revista da década de 1920. Contudo, não se sabe exatamente o nível de influência que tal revista teve sobre o projeto final da edificação (DUTRA, 1993).
O imóvel, apesar de apresentar características semelhantes às residências construídas na mesma época, tais como a volumetria assimétrica e a disposição livre de vãos, que também variam em termos formais, se diferencia em outros aspectos como a circularidade do balcão e janelas inferiores, conformando uma espécie de baywindow, além do esbelto chanfro na angulação direita do edifício, com uma seteira. Além disso, as fachadas contêm acabamento rústico e são contornadas por um estreito friso que salienta as angulações do edifício.
No piso térreo, há um corredor central a partir do qual se distribuem os cômodos. No entanto, ele não representa um eixo de simetria como era frequente nesta tipologia residencial. Além disso, há uma variação na disposição e no tamanho dos cômodos (DUTRA, 1993).
No térreo, seguindo a disposição tradicional, os cômodos de recepção se encontram próximos à entrada principal do edifício e voltando-se para a rua. O cômodo que atualmente abriga o escritório, provavelmente, foi projetado para ser a sala de estar, contíguo à sala de jantar, que apresenta duplas colunas na passagem para a pequena sala anexa ao lado. Aos fundos, uma cozinha ligada à copa oferece um local mais reservado para as refeições (DUTRA, 1993).
Já no pavimento superior estão localizados os dormitórios. O quarto de casal é provido de closet e sacada, permitindo uma integração com o quarto das crianças, que se abre para o balcão e o banheiro. Além disso, a partir deste andar tem-se acesso à torre (DUTRA, 1993).
Fora do corpo principal da casa, tem-se a garagem e espaços reservados para os empregados (DUTRA, 1993).
Quanto à ornamentação, o arquiteto utilizou madeiras escuras nas portas, forros com ventilação e assoalhos. Além disso, no mural do escritório há duplas pilastras para sustentar os pulli ladeados por paisagens coloridas e envoltos por um complexo arabesco curvilíneo. Quanto às pinturas murais, Dr. Jesus Tambellini informou que as faixas pictóricas foram recortadas em moldes por Rômulo Rigotto e executadas por Humberto Jorge (DUTRA, 1993).
Outras Informações
Não identificado
Documentos Correlatos
Não identificado
Referências
DUTRA, Maria Stella Teixeira Fernandes. A Arquitetura de Batatais 1880 a 1930. 1993. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993. 2v.