Palacete Monsenhor Joaquim Alves Ferreira

O Palacete Monsenhor Joaquim Alves Ferreira foi projetado pelo arquiteto Júlio E. Latini e construído pelo engenheiro Carlos Zamboni (DUTRA, 1993). Faz uso de elementos típicos do vocabulário clássico da arquitetura, muito embora tenha uma composição volumétrica assimétrica.
O projeto do edifício é datado de 1928, mesmo ano da demolição da casa de Joaquim Alves Ferreira, tio do
Monsenhor, localizada no lote onde o palacete seria construído (DUTRA, 1993). O projeto original de Latini consistia
em uma edificação em formato de “U”. Porém, muito provavelmente por razões econômicas, a ala direita foi suprimida e o palacete acabou tendo o formato em “L”. O engenheiro Zamboni chegou a propor outras mudanças no projeto original – tais como a substituição do frontão em arco abatido pelo frontão triangular, a repetição da
balaustrada das arcadas superiores no pavimento térreo e pequenas mudanças na ornamentação –, que acabaram
não sendo executadas, mantendo-se as soluções projetadas por Latini (DUTRA, 1993).
Nas fachadas, a ordem dórica é utilizada para demarcar a entrada principal do edifício e a ordem jônica para o
pavimento superior. As dimensões e formatos dos vãos são diferentes em cada um dos pavimentos e possuem
ornamentos que destacam os eixos de cada um deles. O centro da fachada lateral e a entrada principal do palacete,
voltada para a praça, são destacados do restante do corpo da fachada por meio de platibanda levemente mais alta do que o restante e um frontão triangular. Ambos os ressaltos estariam localizados exatamente no centro das
respectivas fachadas caso o projeto tivesse o formato original, em “U”.
A entrada principal do edifício é marcada por duas colunas dóricas em cada lado da porta. Tais colunas sustentam
uma pequena sacada, onde um par de colunas jônicas flanqueia cada um dos lados da porta do segundo pavimento.
Apesar da acentuada verticalização do edifício assinalada pelo coroamento, ela é equilibrada pelas balaustradas, os
entablamentos e pela platibanda, que esconde os telhados e a iluminação zenital.
A distribuição interna do palacete dispensa grandes corredores e as ligações entre os cômodos são feitas por meio de halls encontrados na sala de estar central, no primeiro pavimento e na galeria superior Nesta galeria, há um grande vitral que garante vasta iluminação interna.
No primeiro pavimento, encontram-se alguns cômodos de recepção acessados por um pequeno hall, escritório e
saleta, que se abre para a sala de estar; e a capela, com acesso frontal independente. A sala de jantar, por sua vez,
tem uma sacada voltada para o quintal da edificação, articulada ao fumoir e à cozinha, que leva à área de serviços.
Nesta área, foi previsto o atendimento do andar superior pela escada independente que também leva à adega, no
porão. Há ainda uma suíte, atrás da capela, e um lavabo, situado à direita da escadaria. No segundo andar estão
dispostos os quartos, sem decorações especiais, que ostentam louças e metais ingleses, azulejos com barras
decorativas e piso originais.
Outras Informações
O Palacete foi inaugurado em 22/04/1930, com a visita do bispo D. Alberta J. Gonçalves.
Documentos Correlatos
Não identificado
Referências
DUTRA, Maria Stella Teixeira Fernandes. A Arquitetura de Batatais 1880 a 1930. 1993. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993. 2v.