Escola Estadual Morais Barros
Em 29 de agosto de 1894 a ‘Gazeta de Piracicaba’ informava que o Governo do Estado de São Paulo despachara um ofício da Câmara Municipal, pedindo a criação de um ginásio, no prédio da antiga Cadeia, (projetado por Guilherme Krug) cuja adaptação seria custeada pela própria cidade. Os presidiários foram transferidos no ano seguinte, sendo que a Cadeia deixou de funcionar neste local, pois foi construído um novo edifício, possivelmente projetado por Giácomo Etreglio em 1892, no Largo do Gavião (atual Praça Almeida Júnior). Um ano depois, em 11 de março de 1896, a Secretaria de Estado dos Negócios do Interior comunicou aceitar a oferta do edifício da antiga Cadeia (antiga aos trinta anos…) para instalar o segundo Grupo Escolar de Piracicaba (visto que o primeiro estava sendo construído desde 1895) após uma vistoria para avaliar as condições do mesmo. Em 28 de fevereiro de 1899, a Câmara Municipal mudou-se para uma casa alugada na esquina das Ruas 13 de maio com Santo Antonio, pois o edifício oferecia perigo. Em 5 de março de 1900, foi decretada pelo Estado a criação do Grupo Escolar que ganharia o nome de (Manuel) Morais Barros em 2 de abril. No dia 4 de agosto de 1900 foi instalado, sob a direção do prof. Miguel Carneiro Júnior, em prédio adaptado na Rua Voluntários de Piracicaba entre as Ruas Santo Antonio e Governador Pedro de Toledo. Em 1904, passava a funcionar na Praça Tibiriçá, em edifício construído pelos italianos Serafino Corso e Carlos Zanotta, ocupando o lugar onde existia a segunda Casa de Câmara e Cadeia, que foi totalmente demolida em 1900, para ceder lugar ao novo edifício (GUERRINI, 1970).
Outras Informações
A edificação de dois pavimentos se caracteriza pelo ecletismo de sua decoração na fachada - marcando as entradas principais, há grandes frontões decorados com relevos, volutas e pináculos em forma de tochas que se conjugam com uma platibanda constituída por linha contínua interrompida por trechos de balaustrada. As fachadas são simétricas, sendo que a de frente é igual à de fundos e as laterais também são semelhantes entre si. O pavimento térreo tem a fenestração desenvolvida em arcos plenos e chave, enquanto que no primeiro pavimento as janelas apresentam verga com frontões de feição renascentista. Cada entrada é marcada por uma portada que é arrematada, no pavimento superior com uma janela balcão com balaustrada. Ladeando as portas principais, pilastras da ordem coríntia emolduram, em combinação com as pilastras das quinas, duas janelas de cada lado. No pavimento térreo, existe modenatura na alvenaria marcando as entradas. Assemelha-se em alguns aspectos estilísticos, à algumas escolas projetadas pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo para a Superintendência de Obras Públicas do Estado, entre elas o antigo Grupo Escolar da Avenida Paulista.
Apresenta uma profusão de elementos decorativos, caracterizando-se como o edifício mais expressivo da arquitetura eclética em Piracicaba, ainda existente. Nos frontões das entradas principais encontra-se em relevo a data da construção - 1904.
Documentos Correlatos
Não identificados
Referências
CACHIONI, Marcelo. Arquitetura Eclética na Cidade de Piracicaba. 2002. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2002.
GUERRINI, Leandro. História de Piracicaba em Quadrinhos. 2 volumes. Piracicaba: IHGP, 1970.