Edifício da Escola Estadual Campos Salles

O G. E. Campos Salles insere-se em um período em que ocorreram algumas reformas no sistema educacional do país, mais precisamente, durante a Primeira República, como por exemplo a subdivisão dos alunos em séries, por idade. A partir desse novo cenário, no período entre 1890 e 1930, o Governo do Estado de São Paulo construiu cerca de cento e setenta escolas estaduais que fossem capazes de abrigar os alunos com essa nova configuração, como parte da política pública de amplos investimentos feitos para promover a educação básica da população.
O Edifício da Escola Estadual Campos Salles inicialmente denominada Grupo Escolar São Joaquim, foi projetada pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Bianchi, em estilo art nouveau e inaugurada no ano de 1911.
O Grupo Escolar foi o primeiro a ser projetado por Bianchi, com planta em forma de H e dois pavimentos sobre porão, abrigando entre 16 e 20 salas distribuídas ao longo de eixos de circulação em uma planta simétrica. Os terraços descobertos existentes no primeiro pavimento fazem parte desse sistema de circulação, por vezes sendo o único acesso à determinada sala de aula. O edifício incorporava os preceitos de higiene, insolação e ventilação.
Deste modo, o projeto arquitetônico vinha de encontro ao educacional, possibilitando a divisão dos alunos por idade, período e até mesmo por gênero, uma vez que os meninos frequentavam a escola no período matutino e as meninas o faziam no período vespertino.
O prédio do Grupo Escolar localizado no tradicional bairro japonês da Liberdade, no centro da cidade de São Paulo, serviu como instituição de ensino primário até a década de 90, quando sofreu um incêndio ao final de um ano letivo, em 31 de dezembro de 1992. Em decorrência deste fato ficou abandonado por anos e sofreu várias ameaças de demolição. Após várias vistorias do CONDEPHAAT, o edifício foi finalmente tombado em 2010e inscrito no livro do Tombo Histórico em 2011. A reforma no edifício do antigo G. E. Campos Salles começou no ano de 2008 para abrigar a sede do Museu Manabu Mabe, com exposição permanente das obras do pintor japonês Manabu Mabe e de outros artistas nipo-brasileiros. O edifício encontra-se temporariamente fechado.
Documentos Correlatos
Título: Planta Geral da Cidade de São Paulo, com indicações diversas.
Autor/ Produtor: Commissão Geographica e Geologica. Escala 1: 20 000.
Ano: 1914
Fonte: Norman B. Leventhal Centro de Mapas da Biblioteca Pública de Boston.
Título: Mappa Topographico do Município de São Paulo.
Autor/ Produtor: Empresa SARA BRASIL S/A. Escala 1: 5 000.
Ano: 1930
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Título: Município de São Paulo: levantamento aerofotográfico.
Autor/ Produtor: Consórcio VASP Cruzeiro.
Ano: 1954
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Referências
DPH Divisão de Preservação. Guia de bens culturais da cidade de São Paulo. Departamento do Patrimônio Histórico. São Paulo: Imprensa Oficial, 2012.
Museu Manabu Mabe. Disponível em: <http://www.museumanabumabe.com.br/site/> Acesso em: 2022-03-03.
Processo de tombamento do CONDEPHAAT. G. E. Campos Salles – Sede do Museu Mabe. Disponível em: < http://condephaat.sp.gov.br/benstombados/ge-campos-salles-sede-do-museu-mabe/> Acesso em: 2022-03-03.