Viaduto Santa Efigênia

O Viaduto Santa Efigênia se insere em um contexto de avanço econômico e cultural da cidade de São Paulo durante o século XIX. O viaduto veio como uma proposta de melhoria na circulação por dentro da cidade, cujo crescimento populacional demandava novas infraestruturas de transporte, e, no decorrer dos anos, transformou-se em um dos principais pontos turísticos da cidade de São Paulo.
Projetado pelo escritório Micheli e Chiappori, o Viaduto Santa Ifigênia foi inaugurado em 26 de setembro de 1913 pelo prefeito Raymundo Duprat. Sua estrutura metálica tem ao todo 225 metros de extensão, subdividido em cinco trechos: três arcos centrais e dois trechos de viga reta. As grades do guarda-corpo são em ferro forjado, em estilo Art Nouveau: em que se destacam a linha curva e as formas orgânicas inspiradas em folhagens, flores e outros elementos naturais.
O viaduto viabilizou a passagem sobre a Avenida Prestes Maia, unindo o Largo de São Bento ao Largo de Santa Ifigênia, facilitando a travessia do Vale do Anhangabaú, e por consequência, impulsionando o crescimento da cidade no vetor oeste, para além do centro histórico, pois construção de um viaduto pouparia os bondes da íngreme ladeira de São João e comunicaria o centro com os bairros da Luz e Santa Ifigênia, muito prósperos à época.
Na parte inferior, o viaduto possui bases de concreto que estruturam os arcos metálicos que lhe proporcionam aparente leveza. Foi construído em aço laminado, exceto os guarda-corpos de ferro fundido.
Micheli encomendou o projeto, com os respectivos cálculos justificados, à firma “Societé Anonyme des Aciéres d’Angleur”, da região de Tilleur na Bélgica, toda a estrutura metálica foi fabricada na Bélgica.
A largura total entre os guarda-corpos é de 13,60 m, subdivididos em dois passeios de 2,55 m cada e a via carroçável com 8,50 m. A estrutura é contra ventada transversal e inferiormente, nos cinco trechos que a constituem. Considerou-se ainda trilhos para a passagem de bondes com 26 toneladas, pavimentada com blocos de granito, paralelepípedos.
Na década de 1970, a estrutura foi protegida por Lei Municipal de Zoneamento. No final da mesma década, em 1978, o Viaduto passou por uma reforma que recuperou sua estrutura e passou a ser exclusivo para passagem de pedestres com a implementação de um calçadão, com peças da mesma empresa que havia fornecido as estruturas originais.
Documentos Correlatos
Título: Planta Geral da Cidade de São Paulo, com indicações diversas.
Autor/ Produtor: Commissão Geographica e Geologica. Escala 1: 20 000.
Ano: 1914
Fonte: Norman B. Leventhal Centro de Mapas da Biblioteca Pública de Boston.
Título: Mappa Topographico do Município de São Paulo.
Autor/ Produtor: Empresa SARA BRASIL S/A. Escala 1: 5 000.
Ano: 1930
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Título: Município de São Paulo: levantamento aerofotográfico.
Autor/ Produtor: Consórcio VASP Cruzeiro.
Ano: 1954
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Referências
OLIVEIRA, Rodrigo Bartholomeu Romano da Silva e. Os três viadutos do Vale do Anhangabaú: aspectos históricos, construtivos e estruturais. 2011. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. doi:10.11606/D.3.2011.tde-09082011-152807. Acesso em: 2022-03-01.
SNM, Secretaria de Estado dos Negócios Metropolitanos; EMPLASA, Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo SA; SEMPLA, Secretaria Municipal do Planejamento. Bens Culturais Arquitetônicos no Município e na Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo, 1984.