Theatro Santa Helena
O Theatro Santa Helena foi construído por iniciativa privada, em outubro de 1926, com capacidade para mais de mil espectadores. Foi erguido em um vasto terreno da Rua Coronel Joaquim Alves, propriedade de José Lazzarini Sobrinho, ao qual se associaram Carlos, Anselmo e Guilherme Tambellini; Arturo Scatena; Antonio, Adelino e Gustavo Simioni; Marcelo e Zefferino Girardi; Alberto Micheli e Rômulo Rigotto, formando a Empreza Theatral Santa Helena Ltda. (DUTRA, 1993).
O edifício foi projetado por Rômulo Rigotto e a construção, cujo andamento das obras foi acompanhado pela imprensa, foi iniciada em janeiro de 1927 e finalizada em maio de 1928, quando foi instalado o mobiliário e executada a decoração pelo pintor Luiz Franco (DUTRA, 1993).
Implantado com pequenos recuos laterais e sem recuos frontal e posterior, o teatro era distribuído em dois pavimentos, com programa e soluções espaciais similares a de outros teatros do interior paulista, como o Teatro Pedro II, de Ribeirão Preto, inaugurado em 1930. A entrada principal, no térreo, era marcada por uma colunata que também servia de estrutura para o terraço de cimento armado, no pavimento superior. Internamente, o cimento armado também era utilizado para sustentação de grandes camarotes.
A fachada frontal era perfeitamente simétrica, desde a distribuição das colunas, seguindo o ritmo 132231, repetido pelas pequenas pilastras que separam os balaústres, até a disposição dos vãos ladeados por pilastras e coroados por arcos, cujo afastamento na parte superior era compensado pela relação de alturas – o piso do terraço ocupava 1/3 da altura total do edifício (DUTRA, 1993).
A ala cinematográfica do teatro foi inaugurada em 2 de junho de 1928, com a exibição do filme “Casanova”, de Ivan Mousjoskine. A inauguração completa se deu dez dias depois, com a apresentação de uma das melhores companhias teatrais do país, a Companhia Brasileira de Comédias Jaime Costa, do Rio de Janeiro, apresentando a comédia alemã “A Família Kolossal”, de Max Reymann (DUTRA, 1993).
Até sua demolição, o teatro passou a ser local de exibição de peças teatrais, filmes, exposições de pintura e teatros líricos, aumentando a relevância de Batatais como polo cultural do interior paulista.
Outras Informações
A demolição, provavelmente, ocorreu na década de 1990.
Documentos Correlatos
Não identificado
Referências
DUTRA, Maria Stella Teixeira Fernandes. A Arquitetura de Batatais 1880 a 1930. 1993. Dissertação (Mestrado em História) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993. 2v.