Palácio dos Correios e Telégrafos
Inaugurado em 1922 para abrigar a Agência Central dos Correios e Telégrafos, o edifício corresponde ao período de transformações econômicas e urbanas de São Paulo iniciado no século XX, momento em que o comércio e os serviços aumentam sua relevância no cotidiano da cidade. Para que o serviço fosse oferecido em um prédio adequado e não mais em edifícios alugados como acontecia anteriormente, o governo do Estado de São Paulo financiou a construção do Palácio dos Correios.
Após a Lei Orçamentária de 1921 ser aprovada, contratou-se o Escritório Técnico F.P. Ramos de Azevedo & Cia, sendo os arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini os responsáveis pela realização do projeto. O edifíco contou também com a parceria do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Alinhado ao padrão estético típico dos edifícios administrativos, ergueu-se o prédio em linguagem neoclassicista, monumental e imponente, com fachada voltada para o Vale do Anhangabaú, valendo-se da topografia do terreno para acomodar seus cinco pavimentos.
Com 15 mil m² de área construída, a obra foi realizada em cimento armado em tempo recorde, de 1920 a 1922.
Monumental e imponente, o Palácio dos Correios e Telégrafos foi construído em linguagem neoclassicista, com fachadas marcadas por eixo de simetria e aberturas ritmadas e elementos do vocabulário clássico como pilastras, vergas, sobrevergas, frontões adornados, balaustrada e pináculos na platibanda. A serralheria artística e o mobiliário foram realizados pelo Liceu de Artes e Ofícios.
Em 2012, a resolução 37/92 do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) tombou grande área do Vale do Anhangabaú, inserindo o edifício. Atualmente, abriga o Centro Cultural Correios, sendo objeto de ampla reforma iniciada em 1997, com base em projeto vencedor de concurso nacional de arquitetura.
Outras Informações
Situado na recém remodelada Avenida São João em um terreno que já tinha o Estado como proprietário, o Palácio compõe o conjunto de edifícios concebidos no contexto de planos urbanísticos modernizadores da cidade, dentro do qual as obras do Anhangabaú e alargamento da avenida São João se inserem.
O interior do Palácio segue a mesma linha estilística das fachadas. Os serviços dos Correios e dos Telégrafos ocuparam espaços diferentes, sendo esses bem divididos. A arquitetura apresenta um grande hall, escadas, elevadores, tetos envidraçados e grandes salões. O decoro faz referência ao estilo neoclássico com as colunas dóricas e jônicas, as arcadas, além dos outros ornamentos que aparecem nos elementos arquitetônicos.
Em 1996 a empresa dos Correios lançou um concurso para revitalização da antiga sede, agora como um espaço cultural funcionando junto de uma menor unidade de serviços. Assim em 1997 o projeto foi começado com o concurso ganho pelo escritório “UNA Barbara e Valentim” terminando somente em 2008. Concomitantemente, em 2005 há um grande projeto de revitalização do centro e o Palácio é um dos edifícios restaurados, não tendo suas fachadas alteradas. Posteriormente a essa reforma, o edifício reabre como centro cultural.
Documentos Correlatos
Título: Mappa Topographico do Município de São Paulo.
Autor/ Produtor: Empresa SARA BRASIL S/A. Escala 1: 5 000.
Ano: 1930
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Título: Município de São Paulo: levantamento aerofotográfico.
Autor/ Produtor: Consórcio VASP Cruzeiro.
Ano: 1954
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo
Referências
DPH Divisão de Preservação. Guia de bens culturais da cidade de São Paulo. Departamento do Patrimônio Histórico. São Paulo: Imprensa Oficial, 2012.
BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira. (2015). Escritório Técnico Ramos de Azevedo, Severo & Villares: longevidade, pluralidade e modernidade (1886-1980). Revista CPC, (19), 194-204. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i19p194-204>. Acesso em 19 de set. 2021.
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Ramos de Azevedo e seu escritório. São Paulo: Pini. 1993.
SANTOS, Regina Helena Vieira. Rua São João: o Boulevard paulistano da Primeira República (1889-1930). Tese de doutorado - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo. 2017.