Residência Manoel Maximiano Junqueira

O italiano Vincenzo Lo Giudice, ou Vicente Lo Giudice como era chamado no Brasil, foi responsável pela construção de várias obras de importância na cidade (LIMA, 2020). Entre elas destacam-se a Sociedade Recreativa, a ampliação da Santa Casa de Misericórdia e parte das obras da catedral. Além disso, ele forneceu assistência ao setor de obras públicas de cidades vizinhas, tendo sido responsável, por exemplo, pela obra do Fórum de Batatais, o que concretizou sua importância como empreiteiro e construtor na região.

Em 1913, o Sr. Cel. Manoel Maximiano Junqueira encomendou duas casas geminadas à empresa Vicente Lo Giudice & C. – Constructores, a serem construídas em um terreno na antiga Rua Liberdade, atual Rua Comandante Marcondes Salgado, no Centro de Ribeirão Preto.

A edificação foi implantada junto ao alinhamento frontal, sendo a entrada ao lote feita por meio de portões de ferro localizados nas extremidades do lote. Embora na planta apresentada não sejam indicados os usos dos cômodos, as características compositivas e o seu arranjo interno indicam se tratar de uma edificação residencial. Cada uma das casas contém sete cômodos distribuídos em um único pavimento elevado sobre porão baixo. O corpo principal da casa é constituído por quatro cômodos, muito provavelmente, duas salas e dois dormitórios. O acesso à residência é lateral. Por isso, acredita-se que a porta de entrada acessava a sala de visitas, que, por sua vez, levava para a sala de jantar, localizada ao centro da planta. Da sala acessava-se tanto os dormitórios, sendo um deles voltado para a frente e outro para a lateral da casa, e a cozinha. É possível reconhecer a cozinha devido à representação do forno à lenha, muito comum nas residências da época. Por outro lado, não representação das instalações do banheiro, que, muito provavelmente, corresponde a um dos cômodos do fundo que se abrem para a cozinha, considerando as exigências dos códigos de posturas de 1902 de manter as cozinhas “afastadas dos aposentos e estabelecidas de preferência a um anexo ou puxado” e de manter os banheiros desconectados dos aposentos de dormir (CÂMARA MUNICIPAL, 1902).