Residência Ernesto Giovani Rugani

A residência foi projetada em 1929 por Ernesto Giovani Rugani para ser a sua moradia, informação que foi confirmada pela sua neta, Marília (REZENDE, 2019). Localiza-se na rua Francisco Glicério, 724, e se destaca pela presença de características mais usuais à época, como alpendres, beirais largos, balaústres e faixas decorativas. Foi implantada no alinhamento do lote com a via pública, mas afastada lateralmente dos vizinhos. Apesar do alinhamento, o acesso principal ao interior da casa ocorre de modo recuado, após a subida de alguns degraus, garantindo certa privacidade. O programa foi distribuído em dois pavimentos, contudo a ausência de nomeação dos ambientes no projeto inviabiliza uma análise mais acertada de seu uso. Além disso, à época da construção, a residência foi ampliada, não seguindo fielmente o projeto.
Outras Informações
Conforme informação fornecida por Leo Lucas (2017), neto de Ernesto Rugani, seu avô se mudou de São José do Rio Pardo após a Revolução de 1932, quando ele foi julgado traidor pela população rio-pardense por ter religado a água do Grupo Escolar Candido Rodrigues onde a tropa getulista estava abrigada (REZENDE, 2019). A revolta resultou em depredação do seu sobrado, na Rua Francisco Glicério, até mesmo, segundo Del Guerra (2000, p. 56), “queimando coisas raras no meio da rua, inclusive o piano alemão da família que, jogado do terraço, desceu sonante para o fogaréu”.
Referências
DEL GUERRA, Rodolpho José. Riquezas do Baú Provinciano. S. S. da Grama - SP: Grass, 2000.
REZENDE, Natalia Cappellari de. A cidade de São José do Rio Pardo e as moradias do Centro Histórico (1865-1940). Dissertação (Mestrado) - Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.
RUGANI, Leo Lucas. Entrevista concedida a Natalia Cappellari de Rezende. São José do Rio Pardo, 2017.
RUGANI, Marília. Entrevista concedida a Natalia Cappellari de Rezende. São José do Rio Pardo, 2017.