Residência Dante Artese

De acordo com a pesquisa desenvolvida por Natalia Cappellari de Rezende (2019), esta edificação foi a primeira casa que Paschoal Artese construiu para ser sua moradia no início do século XX. Construída no alinhamento da via pública, mas afastada lateralmente dos limites do lote, essa moradia esteve condicionada ao desejo de higiene, conforto e salubridade, apresentando todos os ambientes iluminados e ventilados naturalmente. O acesso principal ocorria por um corredor lateral descoberto onde se abria a sala de visitas que distribuía a circulação. “A sala de jantar, maior cômodo, certamente desempenhava a função centralizadora das atividades familiares, além de ser passagem obrigatória quando o destino eram as áreas de serviço e o banheiro.” (REZENDE, 2019, p. 213). Nesse caso, banheiro e cozinha apareceram separados pela copa, uma verdadeira novidade nas residências rio-pardenses desse período. Em termos estéticos e decorativos, podemos apreender o uso do ornato como elemento de caracterização e qualificação do edifício, apresentando motivos clássicos em maior presença como pilastras, capitéis que remetem a ordem coríntia, cimalha, ático e regulas, o que demonstra o domínio que Artese tinha dos artefatos. Todavia, no final da década de 1940 quando a edificação já pertencia a Dante Artese (REZENDE, 2018), filho de Pascoal, ela passou por reformas que alteraram parcialmente suas características externas iniciais, as quais se mantiveram até 2019 quando a edificação foi completamente demolida.