Prédio Domingos Innecchi & Filho
Segundo Lima (2020), Carlos Barberi nasceu na comuna de Forte dei Marmi, na região da Toscana e emigrou para o Brasil em 1890. Ele se estabeleceu em Ribeirão Preto em 1892 e foi responsável por cerca de 27 projetos e/ou construções entre os anos de 1911 e 1924. O projeto arquitetônico de 1913 intitulado “Prédio de Domingos Innecchi & Filho” é uma dessas obras e conta com o desenho das plantas dos dois pavimentos, uma fachada principal e um corte longitudinal.
A edificação foi implantada na Rua Amador Bueno, alinhada à via pública, sendo sua entrada feita pelos portões de ferro da fachada principal. Segundo dados coletados por Marques (2018) e Vannuchi (2011), o local foi uma fábrica de móveis e camas de ferro de 1913 a 1922.
O proprietário, Domingos Innecchi, foi um imigrante italiano que chegou ao Brasil em 1880. Deixou na na Itália sua esposa e seu filho, a fim de se estabilizar economicamente primeiro, para então trazê-los ao país. A princípio, o patriarca da família tinha uma funilaria e fabricava alambiques para engenhos de açúcar das regiões de Minas Gerais e Goiás. Após 26 anos de sua chegada, conseguiu finalmente trazer sua família para o Brasil, e, 4 anos depois, abriu a “Domingos Innecchi & Filho”, sendo a primeira indústria do gênero a ser fundada em Ribeirão Preto. Com o sucesso dos negócios, abriu em 1915, um pastifício com produção média diária de 7.000kg de massa, considerado um dos mais perfeitos do estado de São Paulo segundo publicação de 1952 do jornal “Diário de Manhã”. Após sua morte, seu filho Paschoal deu seguimento aos negócios da família.
Sobre o edifício, o uso dos cômodos não é indicado na planta, mas constata-se que no primeiro pavimento há um grande salão vazio, já no segundo pavimento – acessado por uma escadaria -, identifica-se nitidamente apenas a cozinha devido a representação do fogão; ela, como costume da época, ficava aos fundos do edifício.
Já em sua fachada é possível notar ornatos parietais, e grandes portões de ferro separados por colunas no térreo. Ademais, no segundo pavimento, nota-se também ornatos parietais, além de janelas de esquadrias com caixilhos simples emolduradas e arrematadas por adornos em formas orgânicas. Seu telhado, por fim, não é simétrico, visto que tem uma extensão prolongada para os fundos do edifício, o mesmo fica escondido por ornatos na fachada principal.
Outras Informações
Não foi encontrada a data precisa em que ocorreu a demolição do prédio.
Documentos Correlatos
Título: Planta Cadastral de Ribeirão Preto contendo dados relativos à canalização de Água e Exgottos
Autor/ Produtor: Raphael Schettini
Ano: 1918
Fonte: Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto
Referências
CAPRI, Roberto. São Paulo: A "capital artística" na Commemoração do Centenário. São Paulo: sn, 1922.
LIMA, Ana Carolina Gleria. Casa e documentação: a história contada através de um acervo de projetos. 2020. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2020. doi: https://doi.org/10.11606/T.102.2020.tde-30042021-072956. Acesso em: 2022-02-14.
MARQUES, Leandro Maia. As pequenas indústrias de Ribeirão Preto/SP de 1870 a 1930. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-25092019-140509/pt-br.php. Acesso em: 2022-02-14.
VANNUCCHI, Ana Carla. Um álbum fotográfico da família Innecchi. Trabalho de Conclusão de Curso - Centro Universitário Barão de Mauá. Ribeirão Preto, 2011. Disponível em: https://issuu.com/anacarlavannucchi/docs/umalbumfotograficodafamiliainnecchi. Acesso em: 2022-02-14.