Residência Saint´ Clair Andrade Junqueira

Edificação projetada e construída para ser a residência do fazendeiro produtor de café e criador de equinos Saint’ Clair Andrade Junqueira. De acordo com as pesquisas realizadas por Rezende (2019), é provável que a edificação foi construída entre o final da década de 1880 e o início da seguinte, tendo em vista que foi em 1888 que Saint’ Clair requisitou um lote de terreno no Largo da Matriz (hoje Praça XV de Novembro). De acordo com a análise de Rezende (2019, p. 122), a moradia apresenta “uma volumetria compacta, composta por uma planta que se assemelha a forma de um L”. No “seu núcleo central as áreas sociais e íntimas, e nas adjacências desses espaços, reservada em uma parte menor em planta, a área de serviços. O vestíbulo – engastado entre a antiga capela e quarto de hóspedes que se tornaram salas – era o elemento de distribuição através do corredor e para o qual as portas dos dormitórios se abriam. Já os acessos e fluxos ocorriam de modo relacionado com a distribuição dos usos, sendo o social realizado pelo vestíbulo e corredor central que conduzia aos cômodos destinados ao repouso, enquanto o acesso às áreas de serviços, localizadas na extremidade posterior da planta, acontecia pela lateral direita do terreno através do quintal.” (REZENDE, 2019, p. 122). Outro recurso utilizado nessa moradia foi o porão que, “além de permitir vencer o desnível do terreno e afastar o piso da umidade do solo, possuía outros méritos como destacou Lemos, C. (1989a, p. 98), evitava que ‘fossem os cômodos dianteiros devastados por quem passasse pela calçada’, conferindo maior privacidade ao interior.” (REZENDE, 2019, p. 120). Em termos estéticos, a edificação “ostenta uma composição de elementos com adesão ao ecletismo. Sua fachada voltada para a Praça XV de Novembro, 118, apresenta janelas equidistantes com verga reta, porta principal em arco pleno com bandeira fixa ornada em ferro forjado – garantia de iluminação e ventilação permanente –, aduela antropomórfica, pilastra que remetem à toscana e compósita, modilhões e bossagens na parte inferior das paredes externas, na altura do porão.” (REZENDE, 2019, p. 130). Em se tratando de autoria do projeto e responsabilidade da construção, é provável que tenha sido o italiano José Puntel que foi residir na cidade mineira de Guaxupé, após o convite para projetar e construir a moradia do fazendeiro Conde Joaquim Augusto Ribeiro do Valle. Ambas as moradias, do Ribeiro do Valle em Guaxupé e do Junqueira em São José do Rio Pardo, apresentam características muito semelhantes, sobretudo na composição das fachadas, marcadamente eclética.