Edifício Martinelli

O Edifício Martinelli foi idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli, que chegou ao Brasil em 1889 e tornou-se um dos mais ricos empresários do país, e projetado pelo arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena – embora os projetos de fachada e decoração sejam atribuídos a Robert e Raoul Lacombe.

Voltado para o Boulevard São João, aberto na década de 1920, nas proximidades da Praça Antônio Prado, o edifício Martinelli imperou como o mais alto arranha-céu da cidade até 1946, com 30 andares – 27 pavimentos e mais três andares no ático – totalizando 63,00 m de altura para a Rua São Bento e 72,50 m para a Rua Libero Badaró.

Construído em concreto armado e alvenaria de tijolos, o edifício foi uma proeza da engenharia por suas inigualáveis dimensões. Visionário tal como era, o Comendador Martinelli projetou um edifício com diferentes programas, envolvendo escritórios, apartamentos, lojas, quartos de hotel, bares e cinema, além de sua própria residência no topo da edificação como prova de sua segurança estrutural.

Em estilo eclético, o edifício apresenta uma composição clássica, tripartida em embasamento, corpo e coroamento, ricamente adornados com granito, uma falsa mansarda de ardósia e revestimento em três de massa cor-de-rosa, uma mistura de vidro moído, cristal de rocha, areias muito puras e pó-de-mica, que fazia a fachada cintilar sob a luz.

Devido às dívidas acumuladas, o proprietário foi obrigado a vender o edifício ao governo italiano, que nove anos depois foi confiscado pelo Governo da União – durante a Segunda Guerra Mundial. Foi leiloado, no ano seguinte, em 1944, passando a ter vários proprietários, porém já na década de 60 em decadência – processo que culminou em sua desapropriação e restauração em 1975. Reinaugurado em 1979, é desde então sede de lojas e repartições públicas.

A partir da década de 1980, com a regulamentação pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico das diretrizes de preservação de áreas envoltórias de imóveis e espaços públicos próximos, o Edifício Martinelli teve sua volumetria e fachadas tombadas.