Samuele Malfatti

Samuele Malfatti nasceu em Lucca, na região da Toscana, em meados do século XIX. Veio ao Brasil por volta de 1880 quando, já reconhecido como engenheiro ferroviário, se estabeleceu em Campinas-SP para trabalhar em companhias de estradas de ferro. Casado com a norte-americana Elisabeth Krug, consta que, com seu sogro Wilhelm Krug, manteve relações e projetos com o arquiteto Ramos de Azevedo. Segundo Atique (2009), ” [Guilherme] Krug também trabalhou para o arquiteto Ramos de Azevedo, antes mesmo que este constituísse o Escritório Técnico Ramos de Azevedo, em 1907. Carlos Lemos diz, em Ramos de Azevedo e seu Escritório, que desde 1886 Krug auxiliava Ramos no desenvolvimento de seus projetos. Este auxílio era apenas um desdobramento natural do relacionamento que seu tio Samuele Malfatti e seu pai Wilhelm já mantinham com Ramos de Azevedo, desde Campinas (LEMOS, 1993, p.54). Seus afazeres no escritório não foram confirmados, mas devem ter sido os mesmos que couberam a outros colegas, como Victor Dubugras e Maximiliano Hehl: desenvolvimento de projetos, execução de aquarelas, acompanhamento da execução de detalhes em obras.”

Muito ativo junto à comunidade italiana paulista, após sua naturalização em 1889, foi deputado estadual em São Paulo pelo Partido Republicano Paulista (1892-1894).

Além das obras em São Carlos-SP, constam os contratos sob a firma Malfatti e Huggins para o projeto e execução dos sistemas de abastecimento de água e de construção da rede de esgotos domiciliares (1890) e de fornecimento de luz elétrica pública e particular (1890) – contrato assumido pela Empresa Luz Electrica de S. Carlos do Pinhal (1892) onde constam como acionistas. Há ainda referências à sua parceria na construção do Circolo Italiani Uniti (1884, Campinas-SP) com Ramos de Azevedo; e na elaboração da controversa proposta junto com o médico Augusto César de Miranda Azevedo que previa “[…] afastar a febre amarela da cidade de São Paulo através do saneamento da várzea do Carmo, considerada extremamente insalubre.” (CPDOC-FGV).

Malfatti faleceu em 1901 e não há muitas informações sobre sua carreira, sendo que os dados localizados são indiretos, dentro de levantamentos históricos de algumas cidades ou nas biografias referentes à Anita Malfatti, sua filha.

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