Residência da Avenida Dom Pedro II

Augusto Bignardi provavelmente é oriundo da província de Ferrara (Itália) e, segundo registro do Álbum de Araraquara de 1915 (França, 1915), foi engenheiro e diretor da Repartição de Obras Públicas da Prefeitura Municipal de Araraquara. 

Em Araraquara, a década de 1920 foi marcada pela construção e inauguração de equipamentos culturais, da empresa de eletricidade e de algumas fábricas e pela construção de praças e arborização de vias. 

Nesse contexto de modernização, as residências também passaram a representar o novo modo urbano de se viver. A residência da Avenida Dom Pedro II, projeto de autoria de Augusto Bignardi e propriedade de Raymundo de Paula e Silva, apresenta planta com uma configuração de uso misto, especificamente destinado à moradia e prestação de serviços. Tem uma organização espacial bastante tradicional, com corredor lateral e sequência de cômodos que vão desde a sala de visitas, na parte frontal, à cozinha e banheiro, nos fundos. O programa de uso misto é contemplado logo após a entrada, com sala de visitas e distribuição para a parte de serviços (escritório e laboratório) e a residência.

O edifício foi implantado no alinhamento do lote, apresenta varanda lateral como acesso principal, com cobertura estruturada em ferro, que dá acesso à sala de visitas, ao hall e à sala de jantar. Os ambientes caracterizam-se pela organização simplificada e ausência de hierarquização dos espaços. A distribuição entre a moradia e os serviços de escritório e laboratório é feita por meio da sala de visitas e do hall de entrada. 

O programa da residência contempla sala de jantar, três dormitórios, corredor de distribuição e, aos fundos, copa – uma das novas medidas exigidas pela legislação -, cozinha, banheiro e sanitário.

A introdução de residências desse tipo registra inovações estilísticas na arquitetura local e um novo modo urbano de se morar, representando aspectos de modernidade e estabilidade econômica das novas camadas enriquecidas da cidade de Araraquara.