Residência Alfredo Franco

Em seus projetos, o italiano Raphael Schettini assina como engenheiro civil e é apresentado como tal pela publicação Lo Stato di San Paolo nel Cinquantenario dell’Immigrazione (1937, p.452-461). Entretanto foi licenciado como projetista construtor e agrimensor no Brasil (LIMA, 2020). Entre 1922 e 1933, Schettini assinou 45 projetos de casas mínimas e populares em Ribeirão preto, de acordo com o levantamento documental realizado por Lima (2020) no Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto (APHRP). 

Em 1931, assinou o projeto de uma residência para o Sr. Alfredo Franco, a ser construído na Rua Barão do Amazonas na região central da cidade. 

O prédio está implantado sem recuo frontal. O programa da casa está distribuído em um único pavimento, elevado sobre porão. O acesso é feito a partir do portão localizado na extremidade direita da fachada, que conduz a um alpendre, por onde se adentra a residência e que também conduz aos fundos do terreno. A casa contém oito cômodos, que não estão especificados em planta. No entanto, por se tratar de um arranjo espacial frequente em edificações residenciais do período, assume-se que, ao centro, está localizada a sala de jantar, a partir da qual se tem acesso aos demais cômodos, tais como sala de visita, dormitórios e cozinha. O banheiro se abre para a cozinha, concentrando as instalações hidráulicas na parte posterior da residência. 

Na ornamentação da fachada, percebe-se uma transição do ecletismo para o art-déco, com poucos ornatos florais e predominância de formas geométricas mais simples. Ainda que haja diferenças de estilo em relação aos exemplares arquitetônicos do início do século XX, elementos como o porão e o alpendre permanecem, além da tripartição da casa em área social, íntima e de serviços.