Casa da Memória Italiana

O projeto da residência de Joaquina Evarista Meirelles e seu filho Joaquim Machado de Souza, moradores e proprietários da Fazenda Santa Rita em Bonfim Paulista, foi elaborado pelo arquiteto ítalo-brasileiro Arnaldo Maia Lello, com escritório sediado em São Paulo, em 1923. O palacete foi construído entre 1923 e 1925, em terreno defronte à lateral da Catedral de São Sebastião, cujo projeto é datado de 1900 e assinado por Carlos Eckman. O entorno da Catedral se tornou um reduto da elite cafeeira de Ribeirão Preto, onde se concentraram outros palacetes e residências assobradadas até meados do século XX. A partir da década de 1950, frente ao impulso da verticalização da área central, vários desses imóveis foram demolidos para a construção de prédios altos, de uso residencial e misto, aderentes ao vocabulário moderno.

A residência de Joaquim Meirelles, por sua vez, apresenta traços do ecletismo, mas com características bastante diferentes daquelas presentes em outros palacetes, demonstrando a sua aderência ao neocolonial, estilo que se disseminou na cidade a partir do início da década de 1920. De acordo com Lima (2020), ficam evidentes “a compartimentação e a hierarquização da planta burguesa”. O programa residencial é distribuído em dois pavimentos e há ainda uma garagem ao fundo. Posteriormente, também foi construída uma área de serviços, ao lado da garagem.

O palacete foi habitado por Joaquina e seu filho até 1940 e, no ano seguinte, foi vendido ao casal de imigrantes italianos Pedro Biagi e Eugenia Viel Biagi e seus filhos Elisa, Ida, Iris, Angela, Osônia. Atualmente, é sede da Casa da Memória Italiana, entidade privada, sem fins lucrativos, fundada em 2013, que objetiva a promoção e preservação da história da imigração italiana, com ênfase na região de Ribeirão Preto.