Palacete Dona Mulata
Mulata porque esse era o apelido da esposa de João Ferreira Diniz, proprietário do imóvel que, um ano após a construção do edifício, acabou falecendo.
A residência ocupa um terreno com três faces que se voltam para a rua. Apresenta grande recuo frontal, voltado para a Rua Floriano Peixoto. Na face do terreno voltada para a Rua 13 de Maio, a casa está implantada sobre o alinhamento do lote. O programa da casa se distribui em um pavimento, elevado sobre um porão alto, com 2,5m de pé direito, cujo acesso é independente da casa.
A residência é predominantemente eclética com influências do art noveau. O acesso se dá pela sala de estar e pela sala de jantar. Da sala principal, que conta com uma varanda, tem-se acesso aos demais cômodos do palacete, enquanto o corredor leva à sala de jantar (também provida de varanda), quarto de hóspedes, quartos de costura e de doces, área de serviço e ao escritório, que possui acesso direto ao exterior.
As fachadas por sua vez possuem recortes conforme a construção avança no alinhamento, visto que elas foram adaptadas para acomodar os cômodos com a área necessária. Outrossim, nota-se grandes janelas e portas, de madeira, vidro e ferro, além do gradil em ferro forjado e de formas geométricas ortogonais acima das janelas.
Por fim, o telhado, em estilo normando, apresenta saliências – resultado do desejo do antigo dono do local de criar um pavimento no sótão, removendo assim o forro para dar local a uma loja. Contudo o projeto não foi concluído e o edifício permaneceu sem forro. Além disso, nota-se a presença de lambrequins em torno da cobertura da escada de acesso principal e, por fim, mansardas no telhado, a fim de iluminar e ventilar o sótão.
Outras Informações
Em 2013, em seu trabalho final de graduação, o arquiteto e urbanista Guilherme Luzente de Oliveira apresentou o projeto de reabilitação da residência, propondo acomodar ali o Museu da Imigração de Batatais, abrigando arquivos, imagens e objetos, a fim de relembrar a história da cidade, da imigração e do cotidiano das pessoas no fim do século XIX e início do século XX. O projeto, como pode ser visto na imagem, previa a intervenção interna e externa ao palacete - internamente, uma caixa de escada e elevador seria criada, centralizando o acesso à residência pela sala de jantar, além disso, haveria o restauro de piso, esquadrias e ornamentos. Já externamente, um anexo seria criado para abrigar um curso de culinária, armazém, exposições temporárias e todas as atividades administrativas do complexo cultural - contudo, infelizmente, o projeto nunca foi tirado do papel.
Documentos Correlatos
Não identificado
Referências
OLIVEIRA, Guilherme Luzente. Museu da Imigração de Batatais - Reabilitação do Palacete Dona Mulata. 2013. Trabalho Final de Graduação - Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, São Paulo.