Serraria a vapor de Alfio Messina

O projeto da serraria do italiano Alfio Messina foi encomendado em 1911 ao construtor Carlos Barberi. Em 1913, ela foi anunciada com o nome “Messina & Zaccaro”, na seção Indústria do Almanach de Ribeirão Preto (SÁ & MANAIA, 1913). Alfio Messina também foi gerente da Companhia Cervejaria Paulista, fundada em 1913 e situada em terreno defronte ao de sua serraria. De acordo com Marques (2018), Luigi Zaccaro, também italiano, desde o final do século XIX era proprietário de uma olaria situada na atual Avenida Jerônimo Gonçalves, que muito provavelmente situava-se no mesmo terreno onde depois seria instalada a serraria em sociedade com Messina. Nessa mesma avenida, havia uma grande concentração de pequenas fábricas, serrarias, olarias e oficinas devido à presença da estação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

Embora não conste a assinatura de Carlos Barberi no projeto de construção da serraria de Messina, na “Relação das plantas de construcção e reconstrucção appovadas pela Camara” o nome de Carlos Barbieri é apresentado como o arquiteto responsável. Nesses registros, porém, o termo “arquiteto” era utilizado para designar tanto o projetista quanto o responsável pela construção, em muitos casos, o mesmo profissional. De acordo com Rotellini (1906), Barberi era escultor, mas Lima (2020) localizou no Livro de Registros de Impostos sobre Profissões e Indústrias de 1920, o pagamento de imposto como arquiteto. Além de responsável por diversos projetos e obras na cidade, também abriu uma marmoraria, onde trabalhou até 1930 (LIMA, 2020).

O projeto da serraria consiste em uma planta, em escala 1:100, e uma fachada frontal, em escala 1:50, desenhadas em nanquim e coloridas em aquarela. A serraria dispunha de ampla área livre e apenas um barracão coberto, elevado do solo e sustentado por pilares de alvenaria cerâmica. Nos anos seguintes, a área construída foi ampliada e modificada, até ser inteiramente demolida.